ANI dá a conhecer Projetos do Horizonte Europa relacionados com a temática da Sustentabilidade
Entidades portuguesas responsáveis pela coordenação dos projetos
A Agência Nacional de Inovação dá a conhecer dois projetos em matéria de sustentabilidade, coordenados por entidades portuguesas e apoiados pela ANI, no âmbito do Programa-Quadro Horizonte Europa.
NATURELAB
O NatureLab, coordenado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), desenvolve terapias de base natural, através da utilização de espaços verdes e azuis (áreas naturais com água) para melhorar as comunidades e a saúde e o bem-estar das pessoas. A sua abordagem inovadora segue oito objetivos para assegurar a sustentabilidade ambiental e social das comunidades e aumentar a resiliência das mesmas a eventos climáticos extremos. “Abordar os desafios de sustentabilidade exige uma integração das dimensões do território, dos recursos naturais e da qualidade de vida das populações, e o NATURELAB atua em todas elas”, garante Ana Estela Barbosa, da LNEC.
O projeto atua em cinco países e, em Portugal, estão a trabalhar em 6 locais experimentais, localizados em Sintra (quatro) e na Foz do Neiva (dois), onde é avaliada “a qualidade dos espaços naturais, atendendo à biodiversidade e qualidade do ar” para que futuramente sejam “cientificamente validadas para melhorar a qualidade de vida e a saúde de pessoas com diversas condições físicas, como a obesidade, e/ou mentais, como o stress”. Ana Estela Barbosa afirma que a reta final passa pela inclusão destas terapias nos serviços nacionais de saúde, facilitando o acesso de jovens, adultos e séniores “a cuidados de saúde com claros benefícios económicos, sociais e ambientais.”
“A grande motivação do consórcio é contribuir para um mundo melhor e mais sustentável e ajudar as comunidades a atingir níveis mais elevados de inclusão, saúde e bem-estar, em pleno equilíbrio com o ambiente natural”, afirma Ana Estela Barbosa.
Para mais informações sobre o projeto, consulte: https://naturelab-project.eu/
FEASTS
O FEASTS, coordenado pelo Instituto Superior Técnico (IST), integra 35 parceiros em 16 países e atua no desenvolvimento sustentável da agricultura celular, procurando formas responsáveis de produção de carne e peixe cultivados e assim minimizar o desperdício e a produção de resíduos industriais. O projeto conta ainda com a participação de três outras instituições portuguesas: o International Iberian Nanotechnology Laboratory, em Braga, o laboratório colaborativo S2AQUA, em Olhão, e a CellAgri Portugal.
Segundo Frederico Ferreira, do IST, com base em “estudos dedicados à análise de implicações ambientais, económicas e sociais de diferentes modelos de produção, tanto centralizados como descentralizados” dos vários tipos de carne e peixe cultivados, o projeto visa redefinir os modelos de governança que orientam os sistemas alimentares europeus, passando a integrar a agricultura celular sustentável.
O estabelecimento da indústria pesqueira e pecuária portuguesa, como se conhece, torna este projeto numa ambiciosa resposta de “alternativas sustentáveis à produção de carne e peixe convencionais, que possam abordar as preocupações éticas e os efeitos ambientais” destas indústrias no meio ambiente, partilha Frederico Ferreira.
Para mais informações sobre o projeto, consulte: https://feasts-innovation.eu
Segundo Frederico Ferreira, o Programa-Quadro Horizonte Europa tem permitido a estes projetos de “ciência aberta” a colaboração da academia com PME e entidades públicas, sendo uma “abordagem que permite quebrar silos e desenvolver soluções inovadoras para questões complexas relativas à sustentabilidade”. Além disso, possibilita que “os seus resultados sejam partilhados com parceiros e com o público geral e a indústria, o que ajuda a disseminar os avanços tecnológicos e de inovação em setores emergentes.”
“A própria dinâmica do Programa potencia que as soluções sejam inovadoras – pela elevada multidisciplinaridade e colaboração – e contribuam para a sustentabilidade ambiental, social e económica, pois são desenhadas para garantir este efeito”, conclui Ana Estela Barbosa.
Notícia ANI